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 Ao longo do mês de junho, somos convidados a renovar e a intensificar nossa devoção e nosso amor ao Sagrado Coração de Jesus. O discípulo, que se recostou sobre o peito de Jesus (cf. Jo 13, 25), aponta o caminho para crescermos na intimidade, na amizade e na experiência do Coração, que tanto nos amou e entregou sua vida para nos salvar e reconciliar com o Pai.
 Para que nossa devoção ao Coração de Jesus seja sólida e bem enraizada, precisamos entender qual a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo ( cf. Ef 3, 17- 1a).
 Penetrando o Coração de Cristo, contemplando o Lado aberto do Crucificado, sinal do amor total a nós, descobriremos, aos poucos, os segredos mais íntimos da Pessoa de Jesus; fortaleceremos nossa amizade com Ele; faremos experiência inesquecível da Sua bondade, da Sua misericórdia e do Seu amor.
 O Lado aberto do Senhor é uma proposta de caminhar e de reproduzir as atitudes de Cristo em nossa própria vida. O apóstolo e evangelista João, o discípulo amado, percorreu essa estrada, conheceu e creu no amor que Deus tinha por ele (cf. Jo 19, 26); perseverou na escuta da Palavra de Deus, testemunhando e anunciando o que viu e ouviu (cf. 1 Jo 1, 1-2); marcou presença ativa na companhia de Jesus, seguindo o Mestre no Tabor e no Calvário; passou por provações, perseguições, torturas e exílio; fez experiência do “sepulcro vazio” (cf. Jo 20, 2-10).
 Diariamente podemos “experimentar” o Coração misericordioso de Cristo em nossa vida: ouvindo sua Palavra, participando na Eucaristia, reclinando nossa cabeça sobre o peito de Jesus, na adoração eucarística, momento único para aprofundarmos nossa amizade com Ele…
 Todas essas experiências, porém, poderão reduzir-se a exercícios rotineiros e a atos frios, se nossa experiência de Cristo não chegar aos nossos irmãos e irmãs. Por exemplo, reconheço Cristo nos meus irmãos, sobretudo, nos mais necessitados? Que distância preciso para reconhecê-Lo? O “discípulo amado” tinha grande facilidade para “reconhecer” o Senhor ressuscitado.
 Nossas comunidades cristãs são convidadas a “mudar” o ambiente, isto é,  a se tornarem apostólicas… É preciso fazer de nossas comunidades paroquiais verdadeiras “centrais geradoras” de amor, de bondade, de misericórdia, de calor humano, de solidariedade, de  fraternidade e de amor. Esse é o testemunho que nossos contemporâneos mais apreciam em nós.
 
 Ainda que a estrada até o coração de nossos irmãos seja escorregadia, “gelada” ou “congelada”, sempre é possível recorrer às “correntes” da paciência e do amor. Precisamos aprender a ver nosso irmão como Cristo o vê, amá-Lo como Ele amou…
 “Nisto sabemos o que é o amor: Jesus deu a vida por nós” (1 Jo 3, 16). Não há hora marcada para amar…  
Dom Nelson Westrupp, scj, Bispo Diocesano de Santo André