Estamos todos muito preocupados com as negativas consequências econômicas que advirão do isolamento social que estamos vivendo. Haverá desemprego, falência e os trabalhadores informais já estão sofrendo as consequências imediatas, pois, sem renda alguma, muitas famílias estão começando a passar fome.
Em Bauru temos cerca de 160 pessoas vivendo em situação de rua que, com o comércio fechado e com as várias entidades assistenciais civis sem poderem se aglomerar, eles ficam em situação ainda mais difícil. Os pobres na rua estão passando fome, além de estarem desprotegidos diante do contágio do corona vírus.
A Igreja Católica tem o Setor Caridade (Cáritas) assessorado pelo Pe. Milton Carraschi que, obedecendo aos exemplos e ensinamentos de Jesus, está ajudando a diminuir o sofrimento dos nossos irmãos e irmãs mais fragilizados.
Temos uma equipe que, todas as noites, prepara e distribui marmitas para todos os que estão em situação de rua. As paróquias e os fiéis doam parte dos alimentos e a outra parte restante é comprada com as doações em dinheiro que os fiéis (e pessoas sem religião, mas com grande sensibilidade humana!) doam em uma conta bancária da Cúria Diocesana criada de adrede para esse momento.
Há muito sofrimento nas periferias da cidade. Aproveitando a capilaridade da Diocese de Bauru que se espalha por 26 paróquias na cidade de Bauru, além de atingir outros 13 municípios vizinhos, distribuímos cerca de 500 cestas básicas mensalmente para as famílias carentes. A Paróquia Santuário do Sagrado Coração fez um “drive thru” onde, sem sair de seus carros, os paroquianos levam ao Templo a sua doação de cestas básicas.
A Pastoral Carcerária, assessorada pelo Pe. Antônio Marcos Carvalho, além da assistência espiritual, está arrecadando e levando itens de higiene aos presídios, pois a visita dos familiares está suspensa e são eles que levam estes itens básicos para seus parentes presos.
A Pastoral da Estrada tem uma equipe assessorada pelo Pe. Edson Codato que prepara e distribui lanches para os caminhoneiros junto aos Postos da Polícia Rodoviária.
Infelizmente, muitas outras atividades de promoção humana (creches, cursos profissionalizantes etc.) que exigem aglomeração estão suspensos durante a quarentena.
Obviamente o nosso sofrimento maior é não podermos nos reunir no Templo em oração, sobretudo na Eucaristia e, como família de Deus, não poder louvar, agradecer e clamar juntos a misericórdia do Pai. Claro que estamos todos unidos espiritualmente em Deus que está no Céu, na terra e em toda parte. A internet e os tradicionais meios de comunicação têm sido uma grande graça de Deus alimentando-nos espiritualmente e fazendo da nossa casa o que ela sempre foi: uma Igreja doméstica. É bom recordarmos que o cristianismo nasceu nas casas. Acabei de receber uma dessas piadinhas de internet (meme) que reporta uma conversa onde o diabo diz para Deus: “Com o coronavírus fechei as tuas igrejas” e Deus responde: “Pelo contrário, eu abri uma em cada casa!”
No julgamento final Deus vai perguntar: Tive fome e você me deu de comer? (Cf.Mt25,35). Se você quiser nos ajudar a saciar a fome de Jesus no irmão que sofre, poderá fazê-lo também através da conta: Bispado de Bauru. Banco Itaú. Agência 0075. Conta: 43582-6.
Por Dom Rubens Sevilha, OCD, bispo da Diocese de Bauru
- 16/04/2020
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
