Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

No segundo domingo do mês de maio celebra-se o dia das mães. Era antigamente uma celebração que emocionava as famílias, trazia uma alegria a mais às mulheres que tinham como ponto de honra serem mães. Um ideal feminino que possuia na sociedade um valor imenso, e por isso, era honrado com bastante destaque, inclusive nas escolas. Escolas que hoje não festejam mais o dia das mães e pais, mas o dia da família, sendo família aqui passível de múltiplas interpretações.

Mas as mães estão aí. Lutam por seus filhos, se emocionam, dão a vida. Em um pequeno texto de Emilio Castelar está expresso o que é ser mãe, permitam-me citá-lo: “Quando sentires o desejo de enxugar uma lágrima, de socorrer um infeliz, de repartir o pão com o faminto, de te lançar à morte para salvar a vida do próximo, verás a teu lado, qual anjo da guarda a te inspirar o pensamento do bem, a sombra querida de tua mãe”. De fato ser mãe é dar a vida e protege-la com amor. Pode secar-se num coração de mulher, a seiva de todos os amores, porém, nunca se extinguirá a seiva do amor materno.

Hoje surge uma posição de mulheres que se rebelam contra o fato de serem reduzidas ao papel da maternidade . Porém, a maternidade é uma das maiores experiências do amor humano. Nas culturas antigas, inclusive na Bíblia, toda a dimensão feminina se concentra na maternidade. Na história de Jesus, sua mãe, Maria inaugura um novo modo de ver a mulher como mãe.

A maternidade natural de Maria de Nazaré, vem unida a uma maternidade espiritual que se estende a toda a humanidade. A mulher deixa de ser mera transmissora da vida para também, juntamente com a vida, transmitir amor, bondade e salvação. Muitas mulheres acompanhavam Jesus, eram suas discípulas. A primeira pessoa a anunciar a ressurreição foi uma mulher, Maria Madalena (Mt 28,6-8). Jesus, numa sociedade machista, reconhecia a dignidade da mulher.

A Igreja, seguindo as pegadas de Jesus insiste  na necessidade de conciliar a atividade humana e social da mulher com sua tarefa essencial de mãe. O papa João Paulo II, que muito escreveu e deu atenção á família, sempre afirmou a necessidade da revalorização social das funções maternas. A verdadeira promoção da mulher, dizia, exige que o trabalho seja estruturado de tal maneira que ela não se veja obrigada a pagar a própria promoção com o abandono da família, na qual, como mãe, tem um papel insubstituível.

A importância do papel da mãe na educação dos filhos fica cada vez mais patente. A mãe é uma presença, um afeto confortante, uma segurança insubstituível de que a criança tem necessidade absoluta. O sábio Lao-tsé afirmou que “pai e filho são dois seres, mãe e filho um apenas”. Uma conclusão que de certa forma não deixa de ser plausível.

Aqui mesmo neste jornal, dias atrás, a escritora Maristela Prato, em artigo que apreciei, mostrava a meu ver, a falta que a mãe faz na educação das crianças. Seu artigo se chamava a propósito: “As crianças do mundo pedem socorro” (Diário GABC 07/maio/23  p. 2).

É preciso promover a revalorização social das funções maternas e devolver às mães o santo “orgulho” da maternidade. Festejemos sim o dia das mães sem nenhum preconceito, com muito respeito e carinho.

Que Maria, a mãe de Jesus, interceda por todas as mães e estenda seu manto protetor sobre elas, infundindo com seu exemplo, muita coragem e alegria.

Dom Pedro Cipollini – Bispo de Santo André