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Pedro: “O serviço ao mundo é o que torna a Igreja credível”

“Fraternidade, Igreja e Sociedade” foi o tema do 8º dia do Curso de Verão 2015, promovido pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), no teatro da PUC/SP, que contou com a assessoria de Pedro de Assis Ribeiro de Oliveira, sociólogo e assessor do ISER, na manhã desta terça-feira, dia 13.
A sua abordagem da relação Igreja e Sociedade partindo de um referencial católico (Igreja Católica Apostólica Romana), que é a sua experiência pessoal. Segundo o sociólogo, o Concílio Vaticano II (1962-1965), principalmente através do documento “Gaudium et Spes”, trouxe uma grande novidade na relação Igreja e Sociedade. “Ele foi crucial para marcar uma virada da Igreja que se abre para o diálogo com o mundo”.
Embora, segundo Oliveira, alguns anos após essa abertura, houve a busca de reafirmação da identidade católica, marcado pelos pontificados de João Paulo II e Bento XVI, cujos principais instrumentos foram: a nomeação de bispos afinados com a mesma linha, a reforma do Direito Canônico, a elaboração do Catecismo da Igreja Católica, normas restritivas para a liturgia e a desqualificação de toda interpretação divergente.
Após 50 anos, o sociólogo afirma que o atual projeto apresentado pelo papa Francisco, retoma essa abertura de diálogo com o mundo. O papa afirma, em seu documento “Evangelii Gaudium”, que o que torna a Igreja credível “é a sua solidariedade e preocupação pelos mais indigentes. Quando ela entra nos problemas que afetam a paz, a concórdia, o meio ambiente…, aí ela ganha credibilidade”.
Ao apresentar como tema “Igreja e Sociedade”, a Campanha da Fraternidade de 2015, vem de encontro com essa perspectiva, convocando para refletir e assumir gestos concretos na direção do serviço ao mundo.
Os principais gestos concretos que o texto da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta são: a Reforma Política, a Campanha pela Paz (quando há harmonia porque há justiça), a Demarcação das Terras Indígenas e a questão ambiental e climática (o planeta é de toda a humanidade, o que implica que as riquezas devam ser repartidas).
Oliveira aponta como caminho para a viabilizar esse projeto a mobilização dos setores, cujas raízes estão no Concílio Vaticano II e que estão nas bases da Igreja: as Comunidades Eclesiais de Base e Pastorais Sociais, por um lado, e o Movimento Carismático, por outro. “Esse é um grande desafio: combinar o movimento carismático de base (que imprime sua marca às paróquias e dioceses) e o catolicismo da libertação (com sua experiência de ação do mundo)”.
“A Igreja que se coloca a serviço do mundo, o projeto de ‘Igreja em saída’ vai ter chance quando essas duas forças olharem juntas na mesma direção”, concluiu.
Fonte: Equipe de Comunicação do Curso de Verão