Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

A Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB emitiu nesta quinta-feira (01) uma nota manifestando seu total repúdio com relação às sucessivas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem ocorrido nos últimos anos. O Supremo Tribunal Federal deveria ser o organismo máximo a primar pela justiça, mas, infelizmente, tem recentemente adotado medidas que afrontam a própria Constituição Federal e, desta forma, não promovem a justiça, levando progressivamente à desestruturação do estado democrático.
Leia aqui a nota na íntegra

NOTA SOBRE A RECENTE DECISÃO DO STF SOBRE O PADRE LUIZ CARLOS LODI DA CRUZ

“EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM VIDA”. (Jo 10,10)

A Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, vem manifestar seu total repúdio com relação às sucessivas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem ocorrido nos últimos anos. O Supremo Tribunal Federal deveria ser o organismo máximo a primar pela justiça, mas, infelizmente, tem recentemente adotado medidas que afrontam a própria Constituição Federal e, desta forma, não promovem a justiça, levando progressivamente à desestruturação do estado democrático.
A mais recente e absurda decisão do STF foi a confirmação da condenação do Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, de Anápolis – GO, condenado a pagar uma indenização de R$ 398 mil Reais, por ter requerido um Habeas Corpus na 1ª Vara Criminal de Goiânia, em 2005. Esta absurda condenação leva a um verdadeiro caos jurídico, conforme notícias veiculadas nos sites e jornais do Brasil.
O Padre Lodi, havia apresentado o habeas corpus, frente a uma decisão de primeira instância que havia autorizado o aborto. O Habeas Corpus foi aceito pelo desembargador Aluísio Ataídes da Silva, suspendendo a autorização do aborto. Tudo isto dentro dos normais e tramites legais. Ao invés de questionar o desembargador, considerou-se que o padre deveria ser processado e condenado a indenizar a família por ter consultado a justiça. Uma completa inversão das regras e dos valores que regem a instrução de um processo. Com esta absurda condenação podemos entender que recorrer à justiça pode ser crime.
A postura que o STF assumiu nesse julgamento coincide com o que profeta Isaias já condenava no seu tempo: “Ai dos que dizem que o mal é bem, e o bem é mal, dos que transformam as trevas em luz e a luz em trevas… e negam fazer justiça ao justo” (Is 5,20.23). Além do mais, a condenação do Pe. Lodi não somente não encontra nenhuma justificativa no nosso ordenamento jurídico, mas abre perigosamente as portas a julgamentos preconceituosos contra a liberdade de consciência e religiosa que a Constituição garante a todo brasileiro. Será que com isto o STF quer dar início a uma nova inquisição contra os valores da moral natural, que defende a justiça no relacionamento entre os membros da sociedade e, o respeito pela vida humana desde a concepção até o seu término natural?
Diante destes fatos que enaltecem a correta conduta do sacerdote, procurando salvar vidas e, todas as vidas, como nosso Senhor Jesus Cristo nos pediu, manifestamos a nossa total solidariedade ao Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, corajosamente coerente com sua postura em favor da vida, defendendo todo ser humano, a partir dos totalmente indefesos que são os nascituros.
São Paulo, 01 de outubro de 2020.

Padre Berardo Graz
Assessor Eclesiástico

Roberto Vertamatti
Coordenação