No dia 20 de outubro, celebraremos com toda a Igreja o Dia Mundial das Missões. Em sua mensagem para este dia e na perspectiva do encerramento do Ano da Fé o Papa Francisco propõe algumas reflexões.
Primeiramente ele recorda que a fé é um dom precioso de Deus, um dom que pede para ser acolhido. Lembra que é “um dom que não está reservado a poucos, mas é oferecido a todos com generosidade: todos deveriam poder experimentar a alegria de se sentirem amados por Deus, a alegria da salvação. E é um dom que não se pode conservar exclusivamente para si mesmo, mas deve ser partilhado; se o quisermos conservar apenas para nós mesmos, tornamo-nos cristãos isolados, estéreis e combalidos”. Depois o Papa lembra os 50 anos do início do Concílio Vaticano II; Concílio que “pôs em evidência de modo especial como seja próprio de cada batizado e de todas as comunidades cristãs o dever missionário, o dever de alargar os confins da fé: ‘Como o Povo de Deus vive em comunidades, sobretudo diocesanas e paroquiais, e é nelas que, de certo modo, se torna visível, pertence a estas dar também testemunho de Cristo perante as nações’ (Decr. Ad gentes, 37)”. E faz um convite: “Convido os bispos, os presbíteros, os conselhos presbiterais e pastorais, cada pessoa e grupo responsável na Igreja a porem em relevo a dimensão missionária nos programas pastorais e formativos, sentindo que o próprio compromisso apostólico não é completo, se não incluir o propósito de ‘dar também testemunho perante as nações’, perante todos os povos”.
Em seguida o Papa chama a atenção para os obstáculos à obra da evangelização e faz uma afirmação séria: “os obstáculos à obra de evangelização encontram-se, não no exterior, mas dentro da própria comunidade eclesial. Às vezes, estão relaxados o fervor, a alegria, a coragem, a esperança de anunciar a todos a Mensagem de Cristo e ajudar os homens do nosso tempo a encontrá-Lo”. Mais adiante ele observa: “Com frequência, vemos que a violência, a mentira, o erro é que são colocados em evidência e propostos. É urgente fazer resplandecer, no nosso tempo, a vida boa do Evangelho pelo anúncio e o testemunho, e isso dentro da Igreja”.
Num quarto momento, o Papa chama a atenção para a mobilidade, o deslocamento das pessoas e a facilidade de comunicação, lembrando o grande movimento de pessoas. E ele diz: “Às vezes, resulta difícil até mesmo para as comunidades paroquiais conhecer, de modo seguro e profundo, quem está de passagem ou quem vive estavelmente no território. Além disso, em áreas sempre mais amplas das regiões tradicionalmente cristãs, cresce o número daqueles que vivem alheios à fé, indiferentes à dimensão religiosa ou animados por outras crenças”. Lembra ainda que “A própria convivência humana está marcada por tensões e conflitos, que provocam insegurança e dificultam o caminho para uma paz estável. Nesta complexa situação, onde o horizonte do presente e do futuro parecem atravessados por nuvens ameaçadoras, torna-se ainda mais urgente levar corajosamente a todas as realidades o Evangelho de Cristo, que é anúncio de esperança, de reconciliação, de comunhão, anúncio da proximidade de Deus, da sua misericórdia, da sua salvação, anúncio de que a força de amor de Deus é capaz de vencer as trevas do mal e guiar pelo caminho do bem”.
A quinta reflexão do Papa é um agradecimento e encorajamento a todos os missionários e às missionárias que “deixaram a própria pátria para servir o Evangelho em terras e culturas diferentes”. E lembra a todas as Igrejas que “dar missionários nunca é uma perda, mas um ganho”. Por fim, faz um convite: “Convido também os bispos, as famílias religiosas, as comunidades e todas as agregações cristãs a apoiarem, com perspicácia e cuidadoso discernimento, a vocação missionária ad gentes e a ajudarem as Igrejas que precisam de sacerdotes, de religiosos e religiosas e de leigos para revigorar a comunidade cristã”.
Lembro a todos os fiéis de nossa Arquidiocese que no Dia Mundial das Missões, em todas as missas, faremos a Coleta para as Missões: sejamos generosos!
Dom Moacir Silva, Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto e Vice-Presidente do Regional Sul 1 da CNBB


