Querido irmão e querida irmã, o fim do ano é sempre ocasião de tecermos diversos comentários, geralmente “temperados” por sentimentos de angústia, desolação, decepção, revolta, quando olhamos para trás e recordamos situações que deixaram marcas negativas com consequências mais ou menos profundas no cenário de um mundo no qual estamos propensos a enxergar mais contra valores do que valores.
Novamente, porém, a oportunidade bate às nossas portas para pensarmos, desejarmos e nos esforçarmos por um “novo” que não é, simplesmente, uma alternativa entre outras, e sim, verdadeiramente, a realização de tudo o que desejamos aos outros e também recebemos como votos em incontáveis correspondências ou cumprimentos.
Acredito que muitos já conhecem a história que segue abaixo, mas penso que vale a pena relembrá-la para nos ajudar a refletir como podemos e devemos ansiar pelo “novo”, na certeza de que ele nos é mais acessível do que imaginamos!
Quando uma visita é especial para nós, costumamos nos preparar bem!
“Após ter lido as passagens bíblicas, onde Jesus ceava com seus discípulos, nas casas dos publicanos e pecadores, uma mulher, boa cozinheira, pensava consigo mesma: ‘Se Jesus viesse comer em minha casa, eu iria reunir toda a minha família para um jantar inesquecível’.
Assim, manifestava ao céu o seu desejo, que seria a maior graça de sua vida. Pensava dia e noite nessa possibilidade única, para conseguir a bênção e a conversão de todos os seus familiares.
Um belo dia apareceu um bilhete debaixo da porta da casa, no qual estava assim escrito: ‘Hoje, virei jantar em sua casa. Jesus’.
A mulher ficou cheia de alegria, pois seu pedido fora atendido. Avisou toda a família sobre esse jantar-surpresa. Corria contra o tempo para deixar tudo bem limpo e acolhedor. Preocupou-se com todos os detalhes, pois a visita merecia do bom e do melhor.
No meio dessa correria para preparar o jantar, alguém tocou a campainha. Na pressa, a mulher correu até à porta, pensando que a visita já tinha chegado. Mas era uma senhora, com uma criança ao colo, pedindo ajuda para comprar remédios.
‘Não posso atendê-la agora’, disse a feliz cozinheira, ‘pois estou esperando uma visita muito importante, e gastei tudo o que tinha para preparar o jantar. Volte outro dia’.
Continuou seu trabalho no preparo do jantar, quando novamente a campainha tocou. Pensou: ‘deve ser Jesus que já chegou e ainda não estou pronta’.
Mas, ao atender a porta, estava ali uma criança maltrapilha a perguntar: ‘Vizinha, não tem nada para a gente?’
Ela novamente explicou do serviço apurado em que se encontrava e que não podia atendê-la.
Ainda nervosa pelo incômodo causado por essas ‘pessoas inoportunas’, mais alguém bateu à porta. ‘Deve ser ele!’. E saiu rapidamente para atender.
‘Desculpe, senhora’, explicou-lhe um pobre senhor, ‘estou com minha mulher doente e precisaria que alguém a levasse até o hospital. A senhora não poderia ajudar-me?’
‘Nessa hora não posso, senhor! Estou esperando uma visita muito importante e não posso sair de casa. Estou muito ocupada. Quem sabe, o vizinho pode atendê-lo; ele também tem carro’.
Quando a noite chegou e o jantar estava pronto, começou a preocupar-se de que Jesus não viesse. A família reunida aguardava ansiosamente a chegada da ilustre visita. Mas o tempo corria e ninguém mais tocava a campainha.
Quando alguém foi verificar se a visita não estaria chegando, encontrou um bilhete debaixo da porta: ‘Já estive aqui hoje três vezes. Jesus’”.
A você, meu irmão e minha irmã, uma boa espera de Jesus, naquilo que é mais simples e que, com autenticidade no coração, reveste-se de uma profundidade que faz a diferença de que tanto precisamos no ano novo! Feliz Natal!
Dom Luiz Gonzaga Fechio
Bispo Diocesano de Amparo