Entre os dias 27 e 29 de junho, aconteceu o V Sulão das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), em Indaiatuba, no Mosteiro de Itaici, com o tema: “CEBs – 50 anos de caminhada intereclesial da Igreja Povo de Deus” e o lema: “Proclamai o ano da graça do Senhor!” (cf Lc 4,19), reafirmando o compromisso profético, ecológico, comunitário e de Igreja sinodal, que são marcas das Comunidades Eclesiais de Base.
O Sulão das CEBs é um momento de encontro, partilha, formação e celebração dos quatro estados da grande região Sulão para reafirmar a identidade das CEBs e projetar os caminhos diante da conjuntura eclesial e social. O primeiro Sulão aconteceu em Registro, em 2003, com o tema “CEBs e ecologia: Comunidades Eclesiais Ecológicas de Base. O segundo sulão das CEBs aconteceu em Outubro de 2011, em Londrina, Arquidiocese de Londrina – Paraná, reunindo 250 pessoas, com o tema “CEBs: Justiça e profecia no campo e na cidade”. O terceiro encontro aconteceu em Setembro de 2015, em Fraiburgo, Diocese de Caçador, Santa Catarina, com a presença de 500 pessoas, com o tema “CEBs e Contestado: terra, questão urbana e resistência”. A quarta edição aconteceu em novembro de 2019, em Canoas, Arquidiocese de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, reunindo 400 pessoas, com o tema: “CEBs: Igreja da Base na perspectiva do Papa Francisco”.
Nessa quinta edição, esteve presente Dom José Benedito Cardoso, bispo de Catanduva e referencial das CEBs do Sul I; Dom Joaquim Giovani Mol, bispo coadjutor Santos; Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo de Amparo; Dom João Inácio Müller, arcebispo de Campinas; e 210 padres, diáconos, religiosos e religiosas, leigos consagrados e cristãos leigos e leigas dos 4 estados da grande região Sulão (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
No dia 27, após a celebração de abertura, Pedro Paulo Santos, assessor Regional das CEBs, resgatou a marca de Itaici como lugar de onde surgiram vários documentos da CNBB e estiveram presentes pessoas que marcaram a história do Brasil e a caminhada da Igreja. Convidou para compor a mesa de abertura do Sulão representantes dos 4 Regionais. Em seguida, Pe. Ferraro (Sul 1), Elza Magalski (Sul 3) e Isabel Diniz (Sul 2) fizeram a memória dos 3 intereclesiais que aconteceram nos estados do Sulão: 4º – Mosteiro de Iaici – Indaiatuba (SP), 8º – Santa Maria (RS) e 14º – Londrina (PR). No sábado pela manhã, Renato Simões, Secretário Nacional de Participação Social da Presidência da República, fez análise de conjuntura, e a professora Dra. Alzirinha Rocha de Souza, doutuora em Teologia pela Universidade Católica de Louvain (Bélgica), com estágio pós-doutoral na Universidade Católica de Pernambuco e membro da Sociedade Internacional de Teologia Prática, desenvolveu o tema central: “CEBs – 50 anos de caminhada da Igreja povo de Deus”.
No sábado pela tarde, os representantes das CEBs trabalharam discutindo pistas de ações em cinco miniplenárias: 1) Povo de Deus e sinodalidade, assessorado por Neuza Mafra e Irmã Eurides; 2) Juventudes, assessorado por Laurita Roque da Coordenação Regional da Pastoral da Juventude; 3) Ecologia Integral e defesa da Casa Comum, assessorado por Liz Mari e Izalene Tiene; 4) Profecia e opção pelos pobres, assessorado por Pe. Benedito Ferraro; 5) Protagonismo das mulheres, assessorado Maria Iva e Vera Lucia, das CEBs de Campinas. E pela noite, houve confraternização, com quadrilha preparada pelo Regional Sul 4.
Nesse encontro, as CEBs também celebraram o Jubileu da Esperança, conovocado pelo paoa Francisco e o Jubileu dos intereclesiais das CEBs, cuja primeira edição aconteceu em Janeiro de 1975, em Vitória, no Espírito. Neste sentido, foi realizada uma caminhada em memória dos intereclesiais, o plantio de uma árvore e a celebração jubilar realizada no auditório Vieira, onde aconteceu o 4º intereclesial das CEBs em 1981. A celebração eucarística, na solenidade de Pedro e Paulo, foi presidida por Dom José Benedito. O bispo, na homilia, destacou que, na celebração de Pedro e Paulo, precisamos lembrar de tantos Pedros e Paulos: Paulo Evaristo, Paulo Freire, Pedro Casaldáliga e tantas pessoas que promoveram vida e provocaram mudanças importantes no seio da Igreja e da sociedade, como Irmã Dorothy e tantos homens e mulheres que doaram a vida (…) Lembrar que a Igreja não pode se acomodar e se coloque em saída; uma Igreja com a cara das CEBs. Também pontuou que parece muitas vezes que as portas do inferno parecem estar abertas com guerras, bombas, fome e morte de crianças; e acrescentou que nós, Igreja, temos a chave para abrir e motivar ações concretas de esperança.
Após as conclusões realizadas por Marilza Schuina (setor CEBs da CNBB), Laurita Roque (CRPJ), Alex Rossi (articulador das CEBs Sul 1) e Pedro Paulo (assessor das CEBs Sul 1), Silvia Macedo fez os agradecimentos. Foi então realizada uma celebração de envio, na qual foram distribuídas sementes para significar que as sementes das CEBs continuam a ser plantadas para a construção cada vez mais de uma Igreja povo de Deus e sinodal.
Nesses três dias de encontro, as CEBs fizeram memória, recordando a história, reafirmaram os compromissos e projetaram caminhos. Em meio aos desafios sociais, econômicos, políticos, ambientais e eclesiais da sociedade contemporâneas, as CEBs se comprometem a continuar um caminho comprometido com uma Igreja sinodal, em saída e da esperança.
Fotos: Divulgação






















