No dia 30 de janeiro, em encontro virtual, a Pastoral Afro Brasileira (PAB) refletiu sobre a Campanha da Fraternidade 2023, com o tema “Fraternidade e a Fome” e o lema: “Dai-lhe vós mesmos de comer!” (Mt 14,16). O encontro reuniu cerca de 30 pessoas e contou com a presença de dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo diocesano de Ourinhos e referencial da pastoral no Regional Sul 1 .

O encontro buscou refletir sobre a situação de insuficiência alimentar no Brasil, que atinge 58,1% da população, ou mais de 125 milhões de brasileiros. Nesse ponto, vale observar que essa insegurança alimentar, o não saber se terá o alimento mínimo para amanhã ou mesmo para o dia de hoje, atinge dois em cada três lares chefiados por pessoas negras.

O assessor deste encontro foi o coordenador da CF no Estado, Cláudio Vieira, que destacou os objetivos específicos da Campanha da Fraternidade neste ano: compreender a realidade da fome à luz da fé em Jesus Cristo; desvelar as causas estruturais da fome do Brasil; indicar as contradições de uma economia que mata pela fome. Na terceira vez em que a CNBB se debruça sobre esse tema, o assessor procurou trazer propostas que trabalhem as dimensões pessoal, comunitária e social, ressaltando o trabalho já feito por diversos grupos e organizações católicas, como Cáritas e Pastoral da Criança.

A PAB do Regional Sul 1  demostrou muita gratidão e disponibilidade, “pela clareza na exposição, trazendo dados que demonstram que, quando nossa pastoral diz que os negros ainda são os mais pobres dos pobres no País, não estamos inventando nada. Os dados mostram e só não vê quem não gosta da verdade”, disse Vera Lúcia Lopes, coordenadora da Pastoral Afro Brasileira em nosso Estado.

O coordenador da CF ressaltou ainda a interseccionalidade, ou seja, a confluência de vítimas a serem observadas e “cuidadas” por ações individuais e comunitárias e por políticas públicas. “Os mais atingidos pela fome são negros, mulheres e pobres. Então, imagine nesse contexto uma mulher negra e pobre e pense na sua situação, sobretudo nas periferias das regiões mais carentes do Brasil.”

As atividades e encontros de reflexão para a Campanha da Fraternidade continuam. E a PAB estimula essa divulgação em todas as dioceses, paróquias, movimentos, associações e grupos de todo o Estado.