Natural de Pariquera-Açu (SP), Pe. Lúcio André Pereira viveu sua infância e juventude em Iguape, no litoral sul paulista. Aos 19 anos, partiu para o seminário, dando início à sua caminhada vocacional. Pertencente à Diocese de Registro, foi ordenado diácono em Cajati e presbítero no Santuário do Senhor Bom Jesus de Iguape, em 2005, pelas mãos de Dom José Luiz Bertanha.
Em fevereiro de 2021, em meio à grave crise sanitária da pandemia de COVID-19, Pe. Lúcio iniciou sua missão na Diocese de São Gabriel da Cachoeira (AM). A chegada aconteceu num contexto difícil, com hospitais lotados e falta de oxigênio, especialmente em Manaus. Mesmo assim, a acolhida por parte do bispo Dom Edson Damian e dos padres missionários que chegaram junto a ele foi calorosa e encorajadora.
Após os primeiros dias em São Gabriel, Pe. Lúcio visitou as comunidades de Taracuá e Parí Cachoeira. Em discernimento com o bispo e os demais missionários, foi designado para a Paróquia de Parí Cachoeira, onde iniciou sua missão ao lado do Pe. Sidiclei, da etnia tucano. A chegada aconteceu nas vésperas do Domingo de Ramos, e a comunidade o acolheu com muito carinho e entusiasmo.
Logo nos primeiros meses, deparou-se com os desafios próprios da missão: o primeiro deles foi compreender que a vivência pastoral em contextos indígenas exige outra sensibilidade e ritmo, diferentes das estruturas paroquiais urbanas. O segundo, foi a barreira linguística — as comunidades se comunicam principalmente nas línguas tukano, tuiúca e hupda. Com apoio do Pe. Sidiclei, foi vencendo esses obstáculos com humildade e aprendizado diário.
Ao longo do tempo, experimentou os frutos bonitos da missão: uma paróquia viva, comunidades participativas, crianças fiéis à missa, o respeito mútuo entre povo e pastor, e a alegria da partilha nos encontros com lideranças e catequistas. A proximidade com o povo e a simplicidade dos gestos marcaram sua caminhada. Em suas palavras, era ali que ele vivia profundamente a inspiração do Evangelho de Marcos: ir ao encontro das pessoas, partilhar dores, celebrar a fé e se alegrar com a vida.
Momentos marcantes não faltaram. Recorda com emoção os domingos que começavam com a missa e se estendiam até o meio-dia com visitas aos doentes, unção, confissões e partilhas. Na despedida de Parí Cachoeira, sentiu-se tocado pelas lágrimas da comunidade e pelas demonstrações espontâneas de carinho das crianças e jovens.
Atualmente, Pe. Lúcio está na Paróquia Sagrado Coração, no Distrito de Taracuá, dando continuidade à missão com o mesmo espírito de serviço, amizade e fé. Seu propósito é integrar-se à comunidade, conhecer seu ritmo, visitar os lugares mais distantes e animar com humildade a vida pastoral.
Para ele, a missão é fascinante: mesmo com as dificuldades, há uma força interior que impulsiona o coração do missionário. “A missão é querida por Deus, e quem se coloca a caminho sente-se profundamente amado por Ele”, afirma.
