Diocese de missão

Prelazia de Tefé - Arquidiocese de Manaus

Diocese de origem

Diocese de Santo André

Função eclesial

Leiga

Data de ordenação presbiteral

História

Aparecida, leiga consagrada e missionária no coração da Amazônia

Aparecida Severo é leiga consagrada da Diocese de Santo André (SP), no ABC Paulista. Dedica sua vida à missão da Igreja, com espírito generoso e disponibilidade constante. Desde março de 2024, foi enviada pela CNBB Regional Sul 1 à Prelazia de Tefé, no estado do Amazonas, dentro do Projeto Sul 1-Norte 1

A Prelazia de Tefé abrange um extenso território de aproximadamente 265 mil km² — maior que o estado de São Paulo — e impõe desafios significativos à evangelização. Aparecida iniciou sua missão na comunidade ribeirinha de Caiambé, dedicada a São Sebastião, onde permaneceu por oito meses. Posteriormente, a pedido do bispo, Dom José Altevir, passou a atuar na sede da Prelazia, na cidade de Tefé, como articuladora das pastorais.

Ela testemunha uma Igreja profundamente missionária, marcada pela ação do laicato, com forte presença de agentes de pastoral, congregações religiosas e missionários vindos de diversas partes do Brasil. “Aqui, a missão acontece em rede, com muita união e partilha. É uma Igreja viva, com grande desejo de evangelizar”, relata.

Entre os principais desafios, Aparecida menciona a realidade de muitos católicos afastados, a precariedade das condições sociais e as grandes distâncias entre as comunidades, que só são acessíveis por rios. “A missão aqui se faz de barco, voadeira, lancha, catraia ou canoa. E isso tem um custo alto, especialmente pelos preços dos combustíveis. É uma realidade que nem sempre é compreendida por quem vive em outras regiões do país.”

Mesmo diante das dificuldades, os frutos da missão são profundos e animadores. “Só o fato de estar aqui já é um grande fruto. Estar com esse povo, tão sedento da Palavra, tão perseverante, é um testemunho que nos renova a cada dia.” Ela compartilha com emoção momentos marcantes, como a chegada de lideranças de comunidades ribeirinhas que viajam dois ou três dias para participar de encontros formativos. “Eles saem com antecedência, passam dias nos rios, vêm participar e depois retornam da mesma forma. Isso revela a força da fé e a sede de formação. É muito inspirador.”

Aparecida expressa sua espiritualidade missionária com convicção:

“A missão é partir. E, se for necessário atravessar rios, florestas ou oceanos, nós vamos. Estamos disponíveis para isso.”

Inspirada pela espiritualidade do povo, ela afirma que é dessa vivência com as comunidades que se bebe a fonte da verdadeira espiritualidade missionária. A missão, segundo ela, é o próprio Espírito Santo em ação, que transforma e impulsiona.

“Vim por três anos. Já vai fazer um ano, e peço a Deus saúde e força para continuar, para fazer a vontade Dele nesse chão amazônico. A missão não é uma tarefa entre outras, ela é a nossa identidade.”

Reforçando o chamado da Igreja, conclui com uma mensagem vocacional:

“Tenham coragem de dizer sim à missão. Como diz nosso bispo Dom José Altevir: A Igreja não tem uma missão; a missão tem uma Igreja. Nossa identidade é missionária. Sejamos batizados que anunciam, que partilham, que se colocam a caminho. A missão precisa de você — aqui no Amazonas ou em qualquer outro canto onde haja sede de Deus.”

Fotos: Acervo Pessoal

         

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