Reunida na quarta-feira, 25 de fevereiro, as 9h, na sede da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, Praça da Sé, a Equipe de Coordenação do Fórum das Pastorais Sociais do Regional Sul 1 da CNBB fez um estudo profundo do Texto-base da Campanha da Fraternidade de 2015 ,“Fraternidade: Igreja e Sociedade”.
A síntese do texto foi apresentada pelo diácono Carlos Alberto Barbosa, da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Campinas e representante da Sub-Região Campinas na Equipe. “Há muitas pistas de ação no Texto-base que podem ajudar na reflexão, em especial a solidariedade. Pena que há paróquias que não fazem nos seus grupos, pastorais e movimentos a reflexão”, disse na introdução.
“Percebe-se a globalização da indiferença. O papa Francisco vem alertando sobre isso. Há também certo saudosismo com relação a educação e cultura de 40, 50 anos atrás. Os tempos são outros, é mudança de época, na qual educar tornou-se tarefa difícil. Mas, com a ajuda da Igreja, a sociedade pode criar a “sociedade do Bem Viver”. O diácono refletiu ainda a colaboração que a Igreja no Brasil presta à sociedade através das Pastorais Sociais. “Mas não pode ser uma ação meramente assistencialista, é preciso provocar uma promoção da pessoa, da família assistida pelas pastorais”, exortou o diácono Carlos.
Juntamente com os demais membros da Equipe, o expositor mostrou dados da violência urbana e rural que é muito preocupante. Foi destacada nesse debate a ação de pessoas violentas que aproveitam as manifestações populares para atos de vandalismo; a violência policial, as drogas, o trabalho escravo e a prostituição infantil.
Ao falar da imigração e migração, Ari Alberti, do Serviço Pastoral do Migrante e do Grito dos Excluídos falou sobre o dever da Igreja em ser acolhedora. “O cristão o é em qualquer circunstância. Se testemunhar isso na sua vida pode ajudar a mudar a sociedade”, falou. Destacou ainda o fato de que 80 multimilionários no mundo tem riqueza superior a 99% da população mundial: “isso causa uma enorme violência moral, social e econômica”, completou.
Valter Cechetti, do CNLB, Sueli Camargo, da Pastoral do Menor e diácono José Carlos Pascoal, da CRD Sul 1 destacaram que as Pastorais Sociais há tempos esperam um debate mais aprofundado das questões do direito e da dignidade da pessoa, em especial da criança, da mulher, do idoso, do negro e do índio e o Texto-base da CF 2015 oferece pistas para essa reflexão. “Nós precisamos de Pastoral de Conjunto na Igreja, não de Conjunto de Pastorais”. A proposta do Fórum das Pastorais Sociais mexer com as estruturas arcaicas, motivando as pastorais, em especial pastorais sociais a ser Igreja testemunhal na sociedade.
O Fórum iniciou um contato mais próximo com as Sub-regiões e dioceses, para levantamento da existência de Fóruns das Pastorais Sociais e saber quem são os coordenadores das Pastorais Sociais. “O Fórum só tem eficácia se for articulador de ações. Não interferir nas ações, mas fazer com que se juntem forças”, disse o diácono Pascoal. Esse trabalho já foi completado na Sub-região SP 2 por Lucília Vicente, da Pastoral da AIDS, e na Sub-região Campinas, pelo diácono Carlos Barbosa.
Nos comunicados tivemos os seguintes destaques: Missão Popular no Vale do Jequitinhonha, de 24 a 30 de janeiro de 2015, com participação de 70 missionários. O evento foi organizado pela Pastoral do Migrante, Comissão Pastoral da Terra – CPT e diocese de Araçuaí, MG. Foram visitadas 21 comunidades rurais. Durante o evento foi feita a campanha contra o trabalho escravo e realizado seminário com participação de 300 pessoas, sendo grande o números de jovens.
No período de 2 a 5 de março será realizado o Seminário Nacional das Pastorais Sociais em Brasília, com participação dos coordenadores nacionais. A 21ª edição do “Grito dos Excluídos” está sendo preparada pela equipe nacional. Nesta sexta-feira, 27 de fevereiro, estarão reunidos os coordenadores, reforçados agora pela Pastoral da Juventude e Pastoral da Mulher Marginalizada. A Semana do Migrante em junho terá como tema “Sociedade e Migração: não ao preconceito por direito e participação”.
O Serviço Pastoral do Migrante revelou ainda que chegam 2 ônibus por semana em São Paulo trazendo imigrantes haitianos, que entram no país pelo estado do Acre. Estão sendo acolhidos pela Missão Paz, Igreja Nossa Senhora da Paz e estão recebendo pouco apoio por parte da Prefeitura e Estado. A Missão Paz tem oferecido cursos aos imigrantes e fazendo contatos e reuniões com empresários interessados, para que se defendam os direitos trabalhistas dos imigrantes. “A Prefeitura de São Paulo deveria ter um posto de atendimento, acolhida e orientação e o Ministério do Trabalho deveria agilizar a emissão de documentos para normalizar a situação dos imigrantes. Por falta de fiscalização, já está havendo resgate de trabalhadores em situação de escravidão”, disse o coordenador.
Sueli Camargo anunciou a realização da “Via-Sacra da Criança e do Adolescente”, da Arquidiocese de São Paulo no dia 27 de março, iniciando no Pátio do Colégio, celebrando 4 estações, e encerrando na Praça da Sé. A Pastoral Operária realizará eventos no dia Internacional da Mulher, revelou Aparecida, da PO.
Participaram da reunião: Sueli Camargo e Ivan (Pastoral do Menor), Lucília Vicente (Diocese de Santos), Valter Cechetti (Conselho de Leigos), Reinaldo Oliveira (Pastoral Fé e Política), Aparecida Pereira Lima (Pastoral Operária), diácono Carlos Alberto Barbosa (Sub-região Campinas), Ari Alberti (Serviço Pastoral dos Migrantes) e diácono Pascoal (CRD Sul 1).
Texto e foto: equipe de coordenação do fórum


