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Os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) relatam o episódio da confissão de fé do apóstolo Pedro. À afirmação de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16), Jesus responde com uma bem-aventurança: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas!”. E em seguida confia-lhe uma missão, que será fundamental: “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (v. 17). Jesus manifesta a intenção de continuar sua missão através da Igreja, tendo Pedro à frente, como elo de unidade e comunhão. Depois da ressurreição, Cristo, pela última vez, ratifica a missão de Pedro de ser o representante do bom pastor: “Pedro, tu me amas? … Apascenta minhas ovelhas” (cf. Jo 21,15-19).

No diálogo entre Jesus e o apóstolo Pedro, está contido o conteúdo central da fé cristã: a fé em Cristo e a fé na Igreja, conforme o símbolo niceno-constantinopolitano: “creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus” e “creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica”.

À expressão: “construirei minha Igreja” segue uma outra complementar: “eu te darei as chaves do Reino”! Igreja e Reino! Equivale a dizer: eu te confiarei a Igreja, pois a Igreja possui as chaves do Reino; podendo até mesmo dizer: a Igreja é a chave do Reino. A expressão “Reino de Deus” se repete dezenas de vezes nos evangelhos sinóticos, enquanto a palavra “Igreja” aparece somente três vezes: no texto em questão (Mt 16,16), e duas vezes quando Jesus orienta sobre a correção fraterna, na Igreja (Mt 18,17).

Igreja e Reino são mensagens que se completam: o Reino é o próprio Jesus, a realidade maior, e a Igreja é o instrumento para o anúncio e a edificação do Reino, como rezamos no Pai Nosso: “venha o teu Reino” (Mt 6,10; Lc 11,2). A Igreja proclama, no Prefácio da solenidade de Cristo Rei, que o reino de Deus é “eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. Ao edificar o reino, a Igreja se edifica e “o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18).

Ainda no diálogo com Simão Pedro, Jesus deixa claro qual será a missão da Igreja, tendo Pedro à frente: “tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,19; 18,18). Cristo, cabeça da Igreja, é o sumo sacerdote que nos liga a Deus; e Pedro o faz como seu representante junto aos apóstolos. O Papa é o sucessor de Pedro. Os bispos são sucessores dos apóstolos e têm como colaboradores diretos os ministros ordenados: os presbíteros e os diáconos. E para que a Igreja cumpra sua missão de ser, no mundo, sinal do Reino de Deus, com seu dinamismo transformador, cada cristão, membro da Igreja, se esforçará para cumprir o mandado de Cristo, de ser sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-16).

 

Dom Pedro Luiz Stringhini

Presidente do Regional Sul 1

Bispo diocesano de Mogi das Cruzes