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São Pedro e São Paulo – apóstolos de Jesus Cristo, mártires, colunas da Igreja – são os verdadeiros pilares que, no início do cristianismo, traçaram e consolidaram os caminhos que a Igreja haveria de percorrer na História.

A partir de Pentecostes, o nascimento da Igreja indicou os rumos que norteariam a história da humanidade, denominada era cristã. Nesses primórdios, Pedro e Paulo, corajosamente, anunciaram o Evangelho de Jesus Cristo, pela pregação, e o testemunharam pelo martírio, quais intrépidos baluartes, cuja voz continua ecoando e inspirando a missão evangelizadora dos cristãos, nos dias de hoje, em toda a face da Terra.

Pedro, constituído por Cristo cabeça da Igreja, foi o propagador da fé cristã entre os judeus; Paulo, incansável missionário, é chamado apóstolo dos gentios, pois anunciou o evangelho aos povos de cultura greco-romana.

Pedro figura entre os pescadores que, à beira do mar da Galileia, Jesus chamou para serem apóstolos, fazendo-lhes o convite: Segue-me. Seu nome era Simão, a quem Jesus mais tarde chamou de Pedro – Cefas, que quer dizer, Pedra (cf. Jo 1,42) – pois ele seria a pedra sobre a qual Cristo edificaria sua Igreja (cf. Mt 16,18).

O final do evangelho de João (Jo 21,15-19) narra o último diálogo de Jesus com Pedro documentado nos evangelhos. Um diálogo definitivo! Por três vezes Jesus pergunta: “Pedro, tu me amas”?; por três vezes Pedro responde: “Senhor, tu sabes que eu te amo!” e por três vezes Jesus ordena: “apascenta minhas ovelhas”. E Jesus conclui, repetindo o convite feito lá no início, no primeiro chamado: “Segue-me”. Em resumo: para o discípulo, amar a Cristo é apascentar as ovelhas, isto é, amar a Cristo servindo aos irmãos. O apóstolo é chamado a ser pastor, do mesmo modo que a Igreja é, no mundo, sinal da presença do bom pastor. Quem ama se coloca a serviço e quem serve até às últimas consequências doa sua vida. Assim fez São Pedro: derramou seu sangue por Cristo e pela Igreja.

O Papa São Leão Magno (ano 461) afirma que, em Pedro, “a força do amor triunfou sobre as razões do temor”. O temor o fez negar três vezes. O amor superou a fragilidade, permitindo-lhe seguir definitivamente o Mestre, com coragem e audácia, fortalecido pela tríplice pergunta de Jesus e sua resposta incisiva e segura: “Senhor, tu sabes que eu te amo”!

Desse modo, o Livro dos Atos dos Apóstolos narra que Pedro, no templo de Jerusalém, repleto da sabedoria do Espírito, realiza o prodígio da cura do coxo de nascença quando diz: “não tenho ouro nem prata, mas o que tenho te dou: em nome de Jesus Cristo, levanta-te e anda” (At 3,6).

Paulo chegou mais tarde: “em último lugar” (1 Cor 15,8). Como ele mesmo diz: “sou o menor dos apóstolos; nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus” (v. 9). Porém, ele fora alcançado pelo Cristo ressuscitado (cf. Fl 3,12) naquele encontro decisivo, na estrada de Damasco. A força da ressurreição o levantou da cegueira para torná-lo o grande missionário do Evangelho que recebeu “por revelação de Jesus Cristo” (Gl 1,11). Por isso, afirma que Deus o separou desde o ventre materno e o chamou por sua graça e se dignou revelar-lhe o seu Filho, para que ele o pregasse entre os pagãos” (cf. Gl 1,15-16).

O ensinamento e o testemunho dos apóstolos Pedro e Paulo figuram entre as fundamentais referências na vida da Igreja, possibilitando que os cristãos, inspirados por eles, prossigam irmanados na alegria da pertença à Igreja, sendo sal da terra e luz do mundo.

 

Dom Pedro Luiz Stringhini

Presidente do Regional Sul 1 da CNBB

Bispo Diocesano de Mogi das Cruzes