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28 dom claudio livro padres nova evangelizaçao08“Padres para a nova evangelização” é o título do quarto livro do cardeal dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero do Vaticano, publicado pela Paulus Editora e já à venda nas livrarias católicas. O livro, como o próprio nome diz, é dirigido aos sacerdotes, e expõe todo o carinho que o Cardeal dedica aos padres, o que foi confirmado na entrevista que ele deu à reportagem do O SÃO PAULO.
Perguntado sobre o que motivara a escolha do tema, dom Cláudio apontou duas motivações: primeiro, os padres, pelo fato de eles serem os principais agentes, aqueles de quem mais depende a nova evangelização. “É claro, o papa e os bispos são muito importantes como dirigentes da Igreja, em termos de pastoreio – o papa como pastor universal e os bispos como pastores de suas dioceses – mas, na medida em que a evangelização deve acontecer, sobretudo a nova evangelização, os padres têm um papel fundamental, porque eles estão nas paróquias, no dia a dia, e é ali que deve acontecer a nova evangelização.
De acordo com dom Cláudio, na medida em que a nova evangelização quer ser uma nova evangelização para aqueles que já foram batizados e que se afastaram ou talvez não tenham sido suficientemente evangelizados, sobretudo para um mundo como hoje, em que é necessário ter convicções próprias muito profundas na sua fé, os padres deverão se mover mais para que aconteça essa nova evangelização.
De acordo com ele, é nesse sentido que se pensa numa paróquia mais missionária, mais evangelizadora, que se move, que sai em busca, que vai visitar, que esteja próxima, “como o papa Francisco está fazendo agora, estando mais próximo das pessoas, e insistindo muito nisso, sobretudo no mundo de hoje. ‘Estar junto das pessoas, ir às pessoas, falar com as pessoas, olhar as pessoas nos olhos, tocar nas pessoas’, diz o Papa, principalmente os pobres. Isso tudo é na paróquia que tem de acontecer e é o padre que faz, e ele deverá convocar também a paróquia para fazer isso”.
A segunda questão apontada por dom Cláudio é: por que a nova evangelização? E ele responde: “Porque esse é o momento em que a Igreja mais está insistindo nesta nova evangelização. O papa João Paulo 2º já tinha insistido, quando falava na necessidade de uma evangelização comum, novo ardor missionário, novos métodos, novas expressões. Num dos documentos da passagem do século [Carta Apostólica Tertio millennio adveniente] ele disse: ‘Há tantos anos eu estou dizendo isso e volto a dizer, é necessário, é absolutamente necessário que os pastores se movam e comecem, realmente, essa nova evangelização’. E Bento 16 continuou dentro dessa linha. E o papa Francisco está aí plenamente dentro desse tema, porque ele, sobretudo em Aparecida, na 5ª Conferência Latino-americana, participou como arcebispo de Buenos Aires, e esta 5ª Conferência foi a que mais falou de discípulos e missionários e, portanto, sobre essa questão da nova evangelização em todos os lugares, mas, sobretudo, nas paróquias”.
Com 137 páginas e oito capítulos, o livro dá pistas sobre como fazer com que a nova evangelização aconteça, principalmente no último capítulo, sobre a missão e a nova evangelização. “Tento dizer de forma simples essa questão do sair, de organizar a paróquia. Outro aspecto em que insisto é que a missão nunca pode ser terminada, fazer a missão e depois fazer o seu encerramento. A missão pode ter pontos altos, mas nunca pode ser encerrada, porque existem missões nas paróquias que duram uma semana, talvez um mês, depois só daqui a cinco, dez anos se faz uma nova missão. É lindo isso, mas nós não continuamos; se só voltamos a visitar essas pessoas daqui a cinco anos, elas vão dizer: ‘eles não nos amam muito, pois só nos vêm visitar de cinco em cinco anos’. O visitar, o estar junto do povo, tem de fazer parte da dinâmica do dia a dia. O povo, tem de sentir que a Igreja se move junto, que está misturada com ele”, completou dom Cláudio.
 
Fonte: Redação com jornal O SÃO PAULO