No dia 04 de julho, a Diocese de Santos aniversaria. São 89 anos de caminhada e de missão. Em seu aniversário, a Diocese deve se abrir mais e mais ao espírito missionário. Neste ano, é importante ter uma atenção muito especial aos JOVENS, pois, neste mês de julho, a Cidade do Rio de Janeiro acolhe a JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE – JMJ RIO 2013, com a participação de jovens do mundo inteiro. Seu lema é: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”! (MT 28,19).
O lema da Jornada impele os jovens à missão. Somos incentivados a corresponder a este espírito. E a convidar nossos jovens a partilhar este mesmo espírito, que esteve presente em todas as Jornadas Mundiais, que têm uma história significativa. Iniciaram no Vaticano, com o Encontro Internacional de Jovens em 1985, que deu origem à Jornada Mundial da Juventude, em Roma (1986), com o lema: “Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1Pd 3,15). A sequência das Jornadas fora de Roma foi: Buenos Aires (1987); Santiago de Compostela, na Espanha (1989); Polônia (1991); Czestocogowa; Denver (EUA) (1993); Manila (Filipinas) (1995); Paris (1997); Roma (2000); Toronto (Canadá) (2002); Colônia (Alemanha) (2005); Austrália (2008) e Madrid, em 2011. Fazem parte da JMJ estes dois símbolos: a Cruz, que foi doada pelo Beato João Paulo II aos jovens, em 1984, e o Ícone de Nossa Senhora, também doado por ele, em 2003.
A última Jornada Mundial, realizada em Madrid em 2011, tinha como lema: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na Fé” (Cl 2,7). Relembrar o incentivo à firmeza na Fé nos liga ao ANO DA FÉ, por sinal agora em curso. A JMJ do Rio de Janeiro impulsiona à missão: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”! (Mt 28,19). Provindos de todo o mundo, todos são convidados a partir e fazer discípulos em todas as nações da terra.
Inspirando-nos no Documento “Estudos da CNBB 104″: COMUNIDADE DE COMUNIDADES: UMA NOVA PARÓQUIA”, poderemos definir, de modo prático, o caminho dos jovens e leigos na evangelização e na missão, em nossas Paróquias Vejamos alguns pontos chaves:
Inserção dos jovens nas Paróquias – “A paróquia precisa ter abertura para a presença e atuação dos jovens na vida das comunidades. Tal atitude exige fazer uma opção afetiva e efetiva pela juventude, considerando suas potencialidades. Para isso, é importante garantir espaços adequados para ela nas paróquias, com atividades, metodologias e linguagens próprias, assegurando o envolvimento e a participação dos jovens nas comunidades” (n. 222 do Doc.104). A proposta é garantir espaços adequados, atividades, metodologias e linguagens próprias. Isto é verdadeiro e nos propõe um desafio na administração e distribuição dos recursos paroquiais.
Formação – a) – “Para cumprir sua missão, eles precisam estar bem preparados, isto é, terem sólida formação doutrinal, pastoral e espiritual. Os melhores esforços das paróquias precisam estar voltados à convocação e à formação dos leigos das comunidades” (n. 217). Como é importante que os leigos e, com eles os jovens, recebam sólida formação doutrina, pastoral e espiritual! Devem nossas paróquias convocar e formar os leigos e jovens de suas comunidades. É algo renovador.
b) – “A renovação das paróquias e das comunidades depende de agentes de pastoral preparados para essa nova mentalidade. É necessário reforçar uma clara e decidida opção pela formação de todos os membros das comunidades. Trata-se de um itinerário que implica uma aprendizagem gradual e requer caminhos diversificados que respeitem os processos pessoais e os ritmos comunitários” (n. 219). “Hoje, é indispensável a interação na qual a pessoa não é apenas informada, mas aprende a formar-se junto com os outros” (n. 220). Formar todos os membros das comunidades, não apenas passando informações aos jovens. Eles necessitam formar-se junto com os outros (interação).
Caridade – “A comunidade cristã há de marcar sua presença pública no serviço em favor e no cuidado da vida. A paróquia evangeliza através do exercício da caridade. Sem dispensar as muitas incitativas já existentes na prática da caridade, as paróquias devem cuidar para acolher fraternalmente a todos, especialmente aquele caídos na beira do caminho. Dependentes químicos, migrantes, desempregados, dementes, moradores de rua, sem-terra, doentes e idosos abandonados são alguns rostos que clamam para que a comunidade lhes apresente, concretamente, as atitudes do Bom Samaritano” (n.227). Eis um leque de ações que desafiam e nos incitam a nos aproximar cada vez mais intensamente do Bom Pastor, Samaritano.
“A paróquia, como comunidade servidora e protetora da vida, desenvolva uma educação e pastoral ambiental, em defesa da integridade da Terra e do cuidado da biodiversidade” (n. 230). Sem dúvida é da maior importância o cuidado com a natureza.
Acolhida – “A acolhida é uma atitude que toda a comunidade renovada há de cultivar. Acolher melhor é uma tarefa urgente de todas as comunidades paroquiais, especialmente nas secretarias, superando a burocracia, a frieza, a impessoalidade e estabelecendo relações mais personalizadas” (n. 231).
Missão – “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”! (Mt 28,19). “As testemunhas pascais recebem o mandato missionário do próprio Senhor (cf. Rm 5,6-8). Por isso fizeram as pregações, realizaram curas e formaram numerosas comunidades. Os discípulos eram estimados por todo o povo e a cada dia o Senhor acrescentava a seu número mais pessoas que seriam salvas (cf. At 2,47).
Devemos iniciar a JMJ em nossas paróquias. Podemos afirmar em casa. Assim, estaremos animando e preparando os 764 jovens que se farão presentes no Rio de Janeiro, juntamente com outros/as participantes de nossa Diocese. E concluo com o Pe. Geraldo Dondici Vieira (da PUC-Rio): “O jovem discípulo, é chamado a plantar no coração de quem ele encontrar, com quem ele se comunicar, o desejo de ser discípulo de Cristo”.
Por Dom Jacyr Francisco Braido, CS, Bispo Diocesano de Santos
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