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Neste mês de agosto vamos refletir um pouco sobre a importância e necessidade da Pastoral Vocacional/Serviço de Animação Vocacional (PV/SAV) na Igreja. São João Paulo II disse: “a pastoral vocacional exige, sobretudo hoje, ser assumida com um novo, vigoroso e mais decidido compromisso por parte de todos os membros da Igreja, na consciência de que ela não é um elemento secundário ou acessório, nem um momento isolado ou setorial, quase uma simples parte, ainda que relevante, da pastoral global da Igreja: é sim … uma dimensão conatural e essencial da pastoral da Igreja, ou seja, da sua vida e missão” (Exortação  Apostólica  Pós-Sinodal  Pastores Dabo Vobis, 34).
Qual  a  visão  que  temos  de Pastoral Vocacional? Conseguir candidatos para o sacerdócio e para a vida religiosa? Pensar assim a Pastoral Vocacional é restringi-la. E as outras vocações não precisam também de cuidados? Precisamos de uma animação vocacional que ajude os cristãos a tomarem consciência da dimensão vocacional de toda a sua vida; que promova uma consciência e mentalidade vocacional, ou seja, uma cultura vocacional; que favoreça nos adolescentes e jovens o despertar vocacional e os acompanhe no discernimento.
O 2º Congresso Vocacional do Brasil, realizado em 2005, trouxe muitas orientações para o Serviço de Animação Vocacional. Quanto ao lugar do SAV, o Congresso afirmou que é preciso salvaguardar o seu lugar central na Pastoral Orgânica das dioceses e paróquias; que ele é o responsável pela conscientização de que todos formamos a Igreja “assembleia dos chamados”; que ele deve fazer a dimensão vocacional perpassar todas as componentes da comunidade eclesial. A respeito da missão do SAV, o Congresso elencou: a) ajudar os jovens a descobrir o sentido da vida; b) despertar, discernir, cultivar e acompanhar todas as vocações e todos os ministérios; c) ajudar os jovens a responder com generosidade ao chamado divino; d) inserir o acompanhamento vocacional no processo de iniciação cristã; e) valorizar e continuar com as equipes de animação vocacional; f) criar uma cultura vocacional que evidencie a dimensão vocacional de toda atividade evangelizadora; g) ajudar a Pastoral Vocacional a inserir-se nas áreas de fronteira; h) preparar os animadores vocacionais para a missão a ser exercida.
O Congresso tratou também do lugar da espiritualidade no SAV, mostrando que é preciso: a) privilegiar a experiência trinitária de Deus no itinerário vocacional; b) integrar os acontecimentos da vida com os momentos de oração e celebração; c) articular contemplação e ação na vida pessoal do animador vocacional; d) cultivar na espiritualidade mariana a dimensão do discipulado.
O Congresso também tratou do itinerário vocacional, que engloba despertar, discernir, cultivar e acompanhar, apresentando indicações práticas bem concretas não somente para o itinerário dos vocacionados e vocacionadas, mas também para o itinerário das vocações especificas: cristãos leigos e leigas, pessoas de vida consagrada, vida presbiteral e diaconado permanente. Dentre as indicações para o itinerário vocacional dos cristãos leigos e leigas, destaco: valorizar a família enquanto Igreja doméstica, favorecendo a vivência do compromisso batismal, sendo sinal e fermento do Reino no mundo, uma vez que ela é sementeira de todas as vocações e ministérios (cf. Veredas Vocacionais – Textos conclusivos dos Congressos Vocacionais do Brasil, Edições CNBB, páginas 51-54).
Aproveitemos este mês de agosto para pensar e rezar a questão vocacional em nossas comunidades paroquiais, em toda nossa Arquidiocese.
Dom Moacir Silva
Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto (SP).